A Escritura diz aos filhos e aos pais: “Obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6.1-4).
Efésios começa bendizendo a Deus por nossa eleição e redenção (Ef 1.1—2.10). Em seguida, informa sobre nossa adoção na Igreja, chamada de “família de Deus” (Ef 2.11—4.16). Daí nos convoca a viver devotados a Deus, reconfigurados em nossas relações mútuas e cheios do Espírito Santo (Ef 4.17— 5.20). O resultado disso é o abandono da ideia de domínio, a sujeição uns aos outros, começando na família (Ef 5.21—6.4).
Vistas por este ângulo, as instruções de Efésios aos filhos e pais deixam de ser meras “definições de papéis” e passam a ser descrições da obra da graça de Deus na família. Pais e filhos são alcançados e cheios do Espírito Santo e começam a aprender a conviver uns com os outros. Tais padrões relacionais não podem ser considerados como regras isoladas e sim à luz do vínculo de cada pessoa da família com o Senhor Jesus Cristo. Os filhos obedecem aos pais “no Senhor”. Os pais criam os filhos “na disciplina e na admoestação do Senhor”.
O fato é que todos, pais e filhos, estão sendo moldados por Cristo. Para assemelhar o marido, a esposa e os filhos a Cristo, Deus os fará saber “o que é padecer” (Is 53.3). No choque de egos, cada qual com seu respectivo “sonho”; nas necessárias adaptações uns aos outros, por conta das mudanças das personalidades, durante as fases distintas da vida; ao passar por diferentes crises, pai, mãe e filhos são desafiados a funcionar conforme o Espírito Santo, certos de que quem sustenta e controla a vida da família é o Senhor.
Pr. Misael.