Nós vivemos imersos em histórias: quando assistimos um filme, lemos um livro, conversamos sobre o passado. A publicidade trabalha o conceito de storytelling, a oferta do produto em uma narrativa que apela não só para nossa razão, mas para nossa imaginação.
Nesse mundo, absorvemos as histórias a nossa volta, e também contamos algo sobre nós. O que contamos define o modo como vivemos.
Alguns contam como são vítimas. O mundo é culpado por seus fracassos. Outros contam uma epopeia — são heróis e conquistadores. Há quem conte sua história como uma saga de amores perdidos; outros descrevem a realidade como um jogo de poder nos relacionamentos.
Enquanto narramos sobre o mundo e sobre nós, solidificamos nossa identidade e definindo como vivemos. Não é sem razão que alguns vivem de modo amargo: sua identidade é forjada por fracassos. Alguns agem com arrogância insuportável: suas identidades são forjadas em narrativas de conquistas financeiras ou acadêmicas. Alguns vivem como carentes emocionais: se definem em torno de histórias de abandono.
Imagine uma mulher solteira, perto dos 30 anos. Com as cobranças de amigos da igreja e com as expectativas pessoais, ela acredita viver uma história de luta contra o tempo para conseguir um marido. Logo os cabelos brancos chegarão e ela estará sozinha em uma cadeira de balanço, com seus gatos, pensando em amores que nunca teve. Nesse imaginário, a percepção é: “eu sou desprovida”. E ela se ressente e deprime.
Mas e se houvesse outra história para essa moça, na qual ela não está desprovida, mas possui “todas as bençãos espirituais nas regiões celestiais”, tem seus dias planejados por um pai bondoso e jamais ficará sozinha (Ef 1.3; Sl 139.16)?
Imagine o quão diferente essa moça poderia viver se prestasse atenção na história correta, que define o seu lugar no mundo!
Nós vivemos em um mundo de histórias. Podemos contar mentiras sobre nós, ou podemos aceitar a verdadeira narrativa, que nos encaminha com graça nos momentos bons e ruins da vida.
Qual é a sua história?
Rev. Allen