A vida do crente não é dividida em compartimentos. Vida religiosa e secular, trabalho e divina vocação, tais coisas não são separadas. Toda a existência é consagrada a Deus e tudo o que se faz é para sua glória (1Co 10.31).
Isso envolve a cultura, o “todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”. Nós lemos a cultura com os óculos da criação, queda e redenção. Quando cultuamos utilizamos um idioma, gestos, posturas, instrumentos e padrões musicais influenciados pelo contexto cultural. Enquanto isso, consagramos a Deus cada pensamento, sentimento e ato da vida comum (Sl 19.14; 104.23-35; Fp 4.8-9).
Cristo ensinou a necessidade de inteireza de fé e amor a Deus e ao próximo (Mt 5.1–7.29). O culto exige acerto de relações (Mt 5.21-26). Os atos generosos, oração, jejum e até mesmo o atendimento das necessidades são praticados e desfrutados com humildade e absoluta dependência de Deus (Mt 6.1-34). O fruto de tal vida é o testemunho – os homens veem as nossas “boas obras” e glorificam a Deus “que está nos céus” (Mt 5.14-16).
Tudo deve ser feito para o Senhor (Cl 3.23-24). Oferecemos a ele “sacrifício de louvor” sem negligenciar a “prática do bem” (Hb 13.15-16). Esta é a “verdadeira religião” (Tg 1.26-27; 1Jo 3.16-18). Adoramos enquanto proclamamos, com palavras e vida, as virtudes divinas (1Pe 2.5,9,11-17).
Vivemos no âmbito do reino (Mt 6.9-10, 33). O domínio do Senhor pode e deve ser confirmado em todas as esferas de atuação humana (1Cr 29.12; Sl 97.1; Ef 4.28). Destarte, “adoração é estilo de vida. […] É vida integral que abrange discipulado e comprometimento com Cristo”. Nossa existência como um todo é culto.
Pr. Misael. Publicado no Boletim 235 | 29 de junho de 2014