Meu pai faleceu quando eu tinha aproximadamente dois anos de idade. Eu nunca tive o privilégio de conscientemente chamá-lo de “papai”. Porém, depois de casado, nascidas nossas duas princesas, Elisama e Noeme, passei a escutar um som extremamente significativo, desde que elas começaram a balbuciar essa incrível palavra: “Pai”!
De um lado, a palavra “pai” aguça a consciência quanto à responsabilidade do pai de amar a seus filhos enquanto governa, protege, sustenta e consola a cada um deles. E na medida em que tais quatro pilares são praticados, a amizade entre pais e filhos é solidificada. Assim os filhos crescem em prazerosa confiança, enquanto são verdadeiramente amados por seu querido papai.
Por outro lado, o som da palavra “pai” é doce ao coração, aumenta o nível de disposição para servir aos filhos e eleva o senso de gratidão ao Senhor, pelo status tão sublime que ele concedeu aos homens, o de fazê-los pais!
Oh! Quanto prazer experimentam os pais que “vivem a vida comum do lar com discernimento”, enquanto acompanham bem de perto o desenvolvimento dos seus pimpolhinhos, semelhante ao relatado no evangelho: “E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2.52).
E que indescritível alegria gozam os pais ao verem que a instrução repassada aos filhos, tem tido o resultado aguardado. Então, entendem o que disse o apóstolo: “Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade” (3Jo 4).Há, pois, maior amizade do que a de pais e filhos, quando juntos se submetem ao senhorio de Cristo Jesus? Quanto respeito mútuo! Quanta abertura de coração de um lado e do outro! E quanta alegria há numa família que ama ao Senhor!
Mas, será sempre assim? Acaso os conflitos não são esperados? Qual deve ser o proceder entre pais e filhos diante da sua pecaminosidade inerente? Eis a resposta que julgo ser verdadeira: O amor e respeito dos filhos para com seus pais, e vice-versa, aumentam, à medida que eles praticarem o que diz a Escritura:
Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós (Cl 3.12-13).
Desse modo, a visão de super-homem que os pequeninos tinham do seu querido papai, passa a ser a da graciosa realidade que todo filho gostaria de ver e dizer: Que grande homem é o papai; pois, até hoje, tem nos ensinado o valor que há na confissão de pecados, no arrependimento e na confiança no “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, nosso Senhor Jesus! Essa é, pois, a amizade que dura a vida toda!
Pr. Jaime Marcelino, 10/08/2018.