O piloto sumiu. Talvez você lembre desse filme e da ideia maluca de um avião desgovernado. O objetivo da película era explorar as situações cômicas que se desdobravam do fato inusitado, mas qualquer pessoa que estivesse em um avião sem piloto – e copiloto, deve-se dizer –, não teria tantos motivos para sorrir.
Para alguns, essa parece ser a metáfora que descreve o Brasil em 2019. As coisas estão fora de controle: barragem rompendo, chuvas no Rio, incêndio no flamengo, helicóptero caindo e jornalista morrendo… onde está o Piloto?
As tragédias causam perplexidade e temor: será que 2019 vai ser todo assim?
Para aqueles que não têm uma esperança real na vida, cada fato desses deveria produzir angústia. Se não há um piloto e a vida é uma sucessão de eventos aleatórios, nós podemos ser as próximas vítimas.
Mas e quanto àqueles que lutam para encontrar algum sentido no meio de tais tragédias? E quanto àqueles que honestamente perguntam se Deus não poderia ter evitado tudo isso e onde Ele estava?
O cristianismo sempre teve de lidar com o “problema do mal”. A existência da perversidade entre os homens, e do mal natural, como tsunamis, tempestades, terremotos e furacões, é um desafio até hoje lançado sobre os cristãos. Mas Deus nos ajuda a pensar sobre isso.
Primeiramente, é importante considerar que, sem Deus, nenhuma tragédia tem sentido. Quem usa as tragédias para defender que Deus não existe, é levado ao completo desespero. Se há um piloto, tudo é aleatório e desgovernado, e essa certamente não é uma boa notícia.
Além disso, o caráter do Piloto não pode ser inferido das tragédias. Quem usa tais eventos para dizer que Deus não é bom ou não é soberano está fazendo teologia em uma base muito frágil. Como é possível definir o caráter de Deus a partir desses eventos? Como lidar com os livramentos diários e as pequenas manifestações que fazem 7 bilhões de pessoas sobreviverem diariamente?
A base sólida para conhecer a Deus é a Sua revelação. A Bíblia fala quem Deus é e o que Ele faz: Ele é soberano (Is 46.9-10) e bom (Sl 34.8), e tem um propósito em todas as coisas (Pv 16.4). Essa é a única esperança no meio de eventos trágicos: um Deus bom continua no controle, agindo segundo um plano amoroso.
Rev. Allen