O universo empresarial é governado pela competitividade. Sobrevivem os que se adequam às orientações do mercado. “Conquiste clientes ou morra”— eis o lema dos empreendedores vitoriosos. Tal orientação tem sido assumida por diversos tipos de organizações. Para as entidades filantrópicas é preciso estimular os mantenedores; órgãos governamentais querem agradar ao contribuinte e partidos políticos investem em fidelizar seus afiliados em um contexto de muita concorrência.
A igreja começa a reproduzir este modelo. Hoje somos um mercado. Basta trocar a palavra “cliente” por “membro” e, no fim das contas, pastores se tornam executivos e as atividades das igrejas, estratégias para aumentar suas “fatias” no segmento dos crentes. Isso tanto é assim que não se estranha o fato de produtoras tradicionalmente ligadas à música não-cristã bancarem gravações de bandas gospel, nem ainda a proliferação de revistas ditas evangélicas que vendem pregações e palestras de pastores que praticam marketing de guerrilha no afã de divulgarem os produtos de seus “ministérios”.
A palavra de Jesus, “tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio” (João 2.16), tem caído em ouvidos surdos. O Cristianismo é um negócio que enriquece muita gente. E isso não tem agradado ao Pai Celestial, que procura verdadeiros adoradores (João 4.23).
Vivamos o evangelho com simplicidade e pureza de motivos. Exercitemos a fé com discernimento, prudência, alegria e muito tremor. Não nos deixemos vencer pelas pressões mercadológicas, venham de onde vierem. Com relação à vida cristã, está na hora de sermos “povo de Deus”e “sacerdócio real”, e não meros consumidores cristãos.
Publicado no Boletim 005.
Um comentário
[…] de escola” e na vida espiritual “agradem-me ou eu me transfiro de igreja”. Como afirmei no Boletim anterior, é a lógica do mercado, em sua versão […]
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