O apóstolo se refere a coisas que ocorreram no passado de Israel e que “se tornaram exemplos para nós” (1Coríntios 10.6). Longe de sugerir uma novidade, Paulo se junta aos outros escritores bíblicos que nos convidam a olhar cuidadosamente para a história (Salmos 78.3-4).
Olhar para a história equivale a lembrar. Não apenas recordar de modo geral, mas fazê-lo reconhecendo Deus em todos os caminhos (Provérbios 6). Uma vez que a história é palco da divina providência, isso significa olhar para o que passou aceitando que até mesmo o fato mais desagradável encaixou-se em um propósito – às vezes misterioso – de Deus. Nem sequer por um milésimo de segundo fomos deixados à nossa própria sorte; Deus cuidou de nós, mesmo quando gememos no fundo do vale mortal (Salmos 23.4) Os incrédulos chamam isso de fatalismo; a Bíblia chama de fé (Gênesis 45.4-5, 7-8; compare com Jó 2.10).
Olhar para a história equivale a aprender. Este é o sentido da palavra de Paulo no início desta pastoral. Os crentes devem evitar os erros de outrora. A história serve não apenas para informar, mas também para alertar, a fim de que busquemos em Deus a santificação. Olhando pra trás, os cristãos deviam fugir das “coisas más” (1Coríntios 10.6), da idolatria (v. 7); da “imoralidade” (v.8) e da impaciência que produz murmuração (v. 8-10).
Olhar para a história equivale a adorar. Em Salmos 136, a história é emoldurada pela declaração: “Porque a sua misericórdia dura para sempre”. Meditando na história, o salmista anônimo adorou a Deus.
Eis um bom exercício para esta primeira semana do ano: Pensar em tudo o que Deus fez na vida de seu povo, em nossa igreja e família e, de modo especial, em nossa alma. Ainda que sonolentos (é estranho quando o 1º de janeiro cai em um domingo), desfrutamos de paz e alegria no Senhor. Este é um bom dia para lembrar, aprender e adorar.
Com os votos de um feliz 2012;
Rev. Misael. Publicado no Boletim 105, de 01/01/2012.