O substantivo “fé”, em uma perspectiva religiosa, tem sido banalizado no mundo contemporâneo. Todos têm fé e ela pode todas as coisas. Já dizia o poeta: “Andá com fé eu vou, que a fé não costuma faiá”. Para muitos, a fé é o objeto da fé; a fé é impessoal; a fé é um fim em si mesmo. Semana passada, recebi a seguinte mensagem: “Não há batalhas que não possam ser vencidas, para aqueles que usam a fé como arma”. Sabe por que é perigoso esse tipo de mensagem baseada em uma fé sem objeto? Porque um extremista do Islã pode explodir alguém e depois enviar essa mesma mensagem ao seu compatriota, por exemplo.
Se é assim, o cristão maduro, aquele que é habitado e guiado pelo Espírito Santo, “o homem espiritual” de 1 Coríntios 2.15 e Gálatas 6.1 (cf. 5.18,25), não pode se impressionar com belas mensagens recheadas com o vocábulo “fé” sem antes questionar o objeto dessa fé.
Como cristão, desconfie de mensagens virtuais, camisetas, tatuagens, adesivos, banners, músicas que tragam a palavra “fé” sem objeto definido. Nessa hora, questione: que fé é essa? Não poste o seu “joinha” para uma fé anônima. Você pode estar negando Cristo, o único objeto digno da tua fé.
Rogério Cruz