O calendário israelita segue o ritmo da natureza no hemisfério norte. O seu 1º mês não é janeiro, mas coincide com a primavera com suas quatro festas: Páscoa, Pães (asmos), Primícias e Pentecoste. Enquanto no outono há mais três festas: Trombetas, Dia da Expiação e Tabernáculos. São duas épocas festivas no ciclo anual das festas santas.
Essas festas não são simplesmente festas judaicas, mas divinas: tempos santos em lugares santos (Hb 8.5). Como “figuras” apontam para seu cumprimento no Messias (Hb 9.24). Ele é o “corpo” que lançou a “sombra” da lei cerimonial (Cl 2.17). São festas cristológicas.
É interessante que não há uma festa que apontasse para o primeiro Natal, que ocorreu mais como festa de família do Incógnito. Mas, o ciclo anual começa com a pública Festa do Cordeiro de Deus, a Páscoa (ou Paixão) no dia 14 do primeiro mês (14/1). No dia seguinte (15/1) é a festa dos Pães Asmos, pães sem fermento, apontando para a necessidade de se fazer uma limpeza radical (1Co 5.8). Logo em seguida (16/1) vem a festa das Primicías da colheita, que aponta para a semente que morreu, mas brotou e deu muito fruto (Jo 12.24), sendo ele, o Senhor Jesus, as primícias entre os mortos (1Co 15.23)!
Cinquenta dias depois vem a festa do Pentecoste (Lv 23.15; At 2.1), outra festa da colheita. Pena que, mormente quando coincide com o dia das mães, muitas igrejas nem se lembram do domingo de Pentecoste, festa preciosa do Senhor! Mas o que seriam nossas mães sem o Consolador?
Assim, da Páscoa até o Pentecoste, a primeira parte do ciclo festivo anual se cumpriu na história da salvação. E a segunda? Qual a festa do Senhor que estamos aguardando?
Francisco Leonardo Schalkwijk, Meditações de Um Peregrino.