A carta aos Hebreus é uma exposição da superioridade de Cristo em relação a anjos, a Moisés, ao sacerdócio de Arão e aos próprios sacrifícios sacerdotais. Apresenta o ofício sacerdotal de Jesus em aspecto duplo, como sumo sacerdote (ofertante) e oferta perfeita (sacrifício). Tudo isso de forma excelente, superior e perfeita. E não apenas isso, mas sendo conclusivo, de uma vez para todo sempre (Hb 10.1-18).
Todo o cuidado do autor desta carta objetiva alertar a igreja para uma correta posição teológica, em que o ensino apostólico da doutrina cristã seja desenvolvido e desfrutado de forma saudável e frutífera, e para que práticas e pensamentos que possam desviar a igreja da centralidade de Cristo sejam abandonados.
Chama a atenção o fato do autor descrever o benefício alcançado pelo crente unicamente através desse desfrute do acesso a Deus pelo único e vivo caminho (Hb 10.19-20), seguido por uma orientação que pode ser facilmente negligenciada nos nossos dias: “consideremo-nos uns aos outros” (10.24).
Em dias nos quais o individualismo é propagado e de desafios ao desenvolvimento de uma teologia saudável, bem alicerçada em Cristo, o que nos está proposto é encararmos com atenção a instrução da carta aos Hebreus. Encontramos ali a consideração mútua entre irmãos sendo apontada não só como um complemento na busca da teologia correta, mas também como ferramenta de estímulo ao amor e a boas obras na trilha desse objetivo (Hb 10.24-25).
Sem. Robson