Numerosa multidão estava reunida em Jerusalém para a Festa da Páscoa, e quando ouviram dizer que Jesus vinha pelo caminho, lembrando-se da profecia de Zacarias 9.9, alegre e festiva, muitos correram até à entrada da cidade e, estendendo ramos de palmeiras pelo caminho, receberam Jesus com a saudação de ser ele o Rei de Israel (talvez pensando: agora sim, vocês opressores romanos, verão o poder do nosso rei!) no que ficou conhecido como o Domingo de Ramos (Jo 12.12-19).
O palco para a maior ironia da história estava armado, e nele a mesma multidão que gritou “Hosana!” (Salva-nos, Senhor!), decepcionada por não ter seus anseios temporais atendidos por Jesus, não compreendendo que seu reino não era deste mundo, por se tratar de um reino espiritual na libertação do seu povo do jugo do pecado, agora, gritava ensandecida: “Crucifica-o!” (Jo 1.29; 18.36; Lc 23.21). Rejeitando o sangue do Cordeiro de Deus pela expiação de seus pecados, muitos preferiram continuar oferecendo o sangue de seu próprio animal.
Quantos ainda hoje replicam a mesma rejeição ao Filho de Deus. Se aproximam de Jesus com entusiasmo, pavimentando sua vida com a vigorosa declaração de sua fé “inabalável”, contudo, ao sabor das aflições, frustradas suas pretensões temporais, se afastam de Cristo, de sua igreja, de sua Palavra, como que pedindo que soltem Barrabás e crucifiquem Jesus! Este é e sempre será o brado dos “entusiastas da fé” para Jesus: “Crucifica-o!”
Que rei é Jesus para você? Ele governa como soberano absoluto sobre o teu coração o que te dá a vitória sobre todos os teus inimigos espirituais, trazendo-te reconciliação e paz com Deus, ou ele é apenas alguém conveniente para satisfazer teus anseios terrenos? Quem descansa no governo espiritual de Cristo terá satisfeito os desejos do seu coração (Sl 37.4), quem se afasta dele nas decepções, nunca o conheceu.
Que nesta Páscoa, você possa dizer: Lá vem o meu Rei Jesus!
Rogério Cruz