Já se passaram dois mil anos desde a ascensão de Cristo aos céus e a promessa da segunda vinda. Os céticos argumentam que não existe um Deus e muito menos uma segunda vinda, pois se passaram dois milênios.
Se eles estão errados e nós aguardamos por uma promessa verdadeira, Deus está atrasado? Qual a relação dele com o tempo? A Palavra nos diz que “para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2Pe 3.8). Deus criou a matéria, o espaço e o tempo, mas ele está fora do fluxo do tempo.
Boécio, um filósofo e teólogo romano (séc. 5), disse que “Deus vive no eterno presente”. A temporalidade é própria do Universo criado. Deus não contempla a História da mesma perspectiva do homem. Tudo está diante dele, instantaneamente. Nas Confissões, Agostinho discorre sobre este tema:
Que é, pois, o tempo? […] Vós sois, antes de todos os tempos, o eterno Criador de todos os tempos. Estes não podem ser coeternos convosco, nem nenhumas outras criaturas, ainda que haja algumas que preexistem aos tempos” (Livro XI,14,30).
O homem está no fluxo do tempo e não coexiste eternamente com Deus. O tempo revela a finitude humana diante da eternidade e infinitude de Deus.
Mesmo o homem não coexistindo na eternidade passada com Deus, o próprio Deus o criou para viver com ele, na eternidade futura. Por mais que o tempo seja inevitável e soframos com os seus resultados — a velhice, o cansaço e a doença —, não podemos perder de vista as coisas eternas.
Portanto, Deus não está atrasado, ele é atemporal. Somente ele sabe o dia e a hora da vinda de Cristo para restaurar o Universo. Ele tem o controle de tudo, inclusive do tempo. Devemos então permanecer firmes na sua promessa e ansiosos pela sua vinda e pela eternidade, pois muito em breve ele virá!
Welington de Brito Neves