A doutrina da soberania de Deus é um dos pilares do Calvinismo, e por ela, embora seja justo e recomendado o planejamento de nossas vidas em toda as áreas, não se pode perder de vista que a palavra final será sempre dada pelo Senhor (Pv 16.1). Não há exceção para esse princípio: o controle do que acontece deste lado da vida não nos pertence. Nascemos e morremos sem nada (Jó 1.21), e me adianto em dizer que também vivemos sem nada, pois, embora pretensiosamente pensemos ter o domínio sobre coisas e pessoas que amamos em vida, quando isto nos é arrancado dentro da sábia providência divina, nos damos conta de que tudo não passou de uma gigantesca pretensão nossa (já diria Tiago — Tg 4.13-17).
Então, se Deus quiser, eu escovarei os dentes esta manhã; se Deus quiser, eu verei meus pais e irmãos morrerem fartos de dias; se Deus quiser, eu casarei e terei filho(s); se Deus quiser, eu verei meu(s) filho(s) crescer(em); se Deus quiser, eu sararei desta enfermidade; se Deus quiser, eu terei vida financeira confortável; se Deus quiser, eu serei conhecido por Deus.
E caso as coisas não saiam como planejamos, longe de Deus se revelar um tirano egoísta, ele está a demonstrar seu amor e cuidado para com aqueles que ama, pois ele sabe que o pecado ao depravar todo o nosso ser nos incapacita a desejarmos o que é santo, justo e bom e a nos comportamos neste sentido, por isso, ele precisa moldar nossas mentes e corações, direcionando-nos, pois nem orar sabemos (Rm 8.26), e um dos modos como ele realiza essa obra é, por vezes, dizendo um sonoro NÃO às nossas pretensões para que nossa segurança de vida esteja nele e não nos prazeres deste século.
Irmão querido, em meio às frustrações da vida, tantas vezes sem entender todas as coisas, é preciso prosseguir firme sem vacilar confiando na vontade do Senhor que é soberana, boa, agradável e perfeita (Rm 12.1-2), mas isso, se Deus quiser!
Rogério Cruz.