No Boletim da semana passada eu reproduzi um trecho de diálogo extraído do livro, O sol é para todos sugerindo que, com aquela conversa, nasceu a amizade entre três crianças.
— Oi.
— Oi — respondeu Jem, simpático.1
Às vezes a amizade começa com uma pessoa se aproximando discretamente, até surgir a oportunidade de falar. Outras vezes o ato de aproximação já é a própria fala, com alguém cumprimentando, fazendo uma pergunta ou puxando um assunto: “Bom dia. É a primeira vez que você vem aqui? Eu tam- bém tenho duas filhas” e a outra pessoa responde simpática.
A simpatia é uma “tendência ou inclinação que reúne duas ou mais pessoas”, e ainda, “as relações que há entre pessoas que instintivamente se sentem atraídas entre si”, além do “sentimento caloroso e espontâneo que alguém experimenta em relação a outrem” e, por fim, o “tratamento intencionalmente amistoso dado a alguém”.2
O que está por detrás desta inclinação é discutido pelos estudiosos de comportamento, mas podemos entender, de modo simples, que Deus nos conduz a pessoas com as quais nos identificamos e tal identificação pode ser instantânea (quando conhecemos a pessoa) ou surgir aos poucos, com o convívio. O que pode ser dito com certeza é que a amizade não viceja com antipatia.
Uma vez que isso é assim, se quisermos ter amigos, é preciso sermos intencionalmente amistosos. Mas ser amistoso é desafiador, como aprenderemos no próximo Boletim.
Pr. Misael.
1 LEE, Harper. O sol é para todos. Rio de Janeiro: José Olympio, 2015, p. 12.
2 “Simpatia”. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário eletrônico Aurélio. Curitiba: Positivo Informática Ltda., 2009. CD-ROM. Outro dicionário define simpatia recíproca como “a atração e atitudes cordiais que as pessoas têm com outros que são atraídos por ela”; cf. “Simpatia recíproca”. In: VANDER- BOS, Gary R. (Org.). Dicionário de psicologia da APA (American Psychological Association). Porto Alegre: Artmed, 2010, p. 843.