Do ponto de vista da providência, existimos como igreja graças ao propósito soberano de Deus. Do ponto de vista histórico, estamos aqui por causa da Reforma Protestante do século 16.
Martinho Lutero capitaneou o retorno da igreja ao corpo de verdades que denominamos “ensino protestante”. Em 31 de outubro de 1517, na véspera da festa de todos os santos, Lutero fixou suas 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg, Alemanha. Seu objetivo era convidar estudiosos para um debate de assuntos teológicos, mas o documento foi amplamente copiado e divulgado, provocando uma revolução de ideias.
As teses de Lutero não são uma exposição de doutrina perfeita, mas representam uma busca renovada da verdade bíblica. Seu valor reside no questionamento do estado de coisas naquele século. Deus dirigiu tanto Lutero quanto os demais reformadores a burilar e aperfeiçoar a compreensão do ensino das Escrituras. Do vigoroso tronco da Reforma, brotaram as teologias luterana e calvinista.
A Reforma contribuiu para o entendimento bíblico da salvação, do culto, da igreja e da vida e mundo como um todo. Sendo assim, ela foi mais do que uma iniciativa religiosa. Verdadeiramente, ainda que nem sempre intencionalmente, a Reforma Protestante propôs uma compreensão bíblica da vida e da realidade.
Neste domingo em que realizamos nossa Conferência da Missão, com a presença do querido Rev. Marcos Severo, caminhamos sob a mesma luz do Senhor, que brilhou fortemente na Reforma. Nos lembramos de nossos pais reformadores, que dedicaram suas vidas para levar a luz do evangelho a uma Europa “cristianizada”, mas ainda não evangelizada, sob jugo religioso, mas não sob o “jugo suave” do Redentor (cf. Mateus 11.28-30). Certamente será um fim de semana de muito aprendizado, bênçãos e transformações.
Pr. Misael. Publicado no Boletim 357 | 30 de outubro de 2016.