Que privilégio tem aqueles que neste mundo possuem, não uma, mas duas famílias. Nascemos e somos criados no seio de nossa família de sangue, mas no meio do caminho, alguns são surpreendidos com um novo nascimento e passam a caminhar de mãos dadas com novos irmãos em uma nova família, a da fé.
Essa família não nasceu da vontade do sangue e da carne, mas da vontade de Deus, e o que une esses novos irmãos é a sua fé em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador o que os torna filhos de Deus (Jo 1.12-13). Isso nos revela a falácia da paternidade universal de Deus, pois todos são criaturas de Deus, mas só são seus filhos aqueles que recebem Jesus pela fé como seu Redentor sendo adotados na família de Deus (Gl 4.5).
Jesus nos revelou essa sua família da fé quando alguém veio lhe dizer que sua mãe e seus irmãos estavam lhe procurando, e sua pergunta foi inquietante: “[…] Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”. Imagino como ficou irradiante o coração dos discípulos ali presentes quando ouviram: “E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos” (Mt 12.47-49). Jesus não estava negando seus laços biológicos (ele não quebrou o quinto mandamento), mas revelando ao mundo uma nova família: A família formada pela fé nele e que tinha por alvo obedecer à vontade de Deus, seu Pai, o que seria feito por meio da fé nele, seu Mediador (Mt 12.50; Jo 6.40).
Se é assim, como cristãos andamos de mãos dadas com Abel, Abraão, Moisés, Raabe, Paulo, Lacerda, Leônidas, Umbelina e tantos outros que, nascendo de novo do alto, depositaram sua fé em Jesus Cristo como seu Salvador e agora descansam de suas labutas neste mundo aguardando a ressurreição de seus corpos, a redenção plena de suas vidas, prometida por Jesus aos seus irmãos da fé (Jo 6.40).
Eis o teu Deus, eis a tua família, amado irmão. Alegre-se por fazer parte dela!
Rogério Cruz (candidato ao ministério)