Nossa fé reformada estabelece com muita clareza a relação daquele que crê em Cristo com o servo de Deus chamado Abraão. Começando com o reconhecimento de que o AT possui para os crentes de todos os tempos a mesma autoridade que possui o NT. Crendo em ambos como nossa única regra de fé e prática.
Os judeus nos dias de Jesus se orgulhavam em dizer que “eram filhos de Abraão”. Entretanto, o apóstolo Paulo afirma: “sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão […]. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão” (Gl 3.6, 9). Ao crermos no Senhor Jesus, somos adotados como filhos de Deus e passamos a ser “filhos” de Abraão. Em João 8.39 Jesus afirmou aos judeus: “se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão”.
Dentre as “obras de Abraão”, lemos que, antes da promulgação da lei, “de tudo […] deu Abraão o dízimo” (Gn 14.20). Como “filhos de Abraão”, reconheçamos que “o Deus Altíssimo, o que possui os céus e a terra” (Gn 14.22; cf. Sl 24.1) é o supremo provedor de todas as nossas necessidades (Fp 4.19) e nos fez administradores de tudo (Gn 1.28).
Ao consagrar a Deus seus dízimos e ofertas o crente reconhece, como Davi: “porque tudo vem de ti, e das tuas mão to damos” (1Cr 29.14). Jesus disse para observarmos as aves e os lírios, não nos inquietando como os que não conhecem a Deus: “Que comeremos? Que beberemos? Ou com que nos vestiremos? […] pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.31-33).
Dedicamos nossos dízimos e ofertas como ato de culto ao Pai Celeste que conhece e supre nossas necessidades segundo sua vontade. Dízimos (10% da renda mensal) e ofertas (tudo o que pudermos dar além do dízimo para sustentar a causa de Deus) devem ser consagrados por todos os crentes. Isso quer dizer que tanto o crente milionário, quanto aquele que ganha um salário mínimo são responsabilizados pela manutenção e expansão da obra divina nesta terra. Todos nós devíamos caminhar com Deus Abraão, dedicando a ele, a cada mês, uma proporção de nossos ganhos. “Praticar as obras de Abraão” implica entregar a Deus tudo o que somos e temos.
Pr. Gilberto