É ótimo poder contar com uma rede de amigos na igreja. Ser visto, sentir-se acolhido, amado e integrado. Ter a agenda preenchida com refeições, passeios e atividades com pessoas queridas. Receber apoio gentil nas horas difíceis. E coroar tudo isso com os cultos dominicais; adorar a Deus acompanhado de verdadeiros amigos.
No Boletim 672, eu afirmei que “a amizade é o cimento que fixa a pessoa em uma igreja”. Pensei melhor no assunto e mudei de opinião. Hoje eu escreveria que “a amizade tem potencial para ajudar a fixar uma pessoa em uma igreja. Uma igreja pode ser ótima em pregação, ensino e ministérios, e mesmo assim, não atender o anseio por amizade de algumas pessoas”.
É mais bíblico afirmar que o nosso foco, ao nos filiar a uma igreja, deve ser desfrutar de conexão com Jesus Cristo, o Amigo Fiel (Jo 15.13-15). O cimento que fixa uma pessoa na igreja é a comunhão com Jesus Cristo nutrida e fortalecida pela Palavra e pelos Sacramentos, trazidos ao coração pelo Espírito San- to. Sendo assim, o critério para eu escolher uma igreja local não deve ser: “Aqui eu tenho amigos?”, e sim, “aqui a Palavra é pregada fielmente (1Co 4.1-2)?” E ainda: “Aqui os Sacramentos são corretamente administrados (At 20.7)?” Por fim: “Nesta igreja, o compromisso com Jesus é levado a sério, ou seja, a disciplina bíblica é aplicada (cf. Mt 18.15-20)?”.
É assustador que eu possa me sentir muito bem partici- pando de um grupo dito “evangélico”, cercado de “amigões” e mergulhado em atividades. No entanto, se ali a pregação e en- sino não forem fiéis, os Sacramentos não forem corretamente administrados, nem a disciplina praticada, aquela “comunhão deliciosa” não é Igreja Cristã, e sim, mera seita.
O que nos firma na igreja e na vida eterna não são os amigos daqui e, sim Jesus Cristo, o Amigo Celestial, revelado a nós segundo a verdade e pureza do evangelho (Gl 1.8-9).
Pr. Misael.