A totalidade do que chamamos história pode e deve ser entendida como a ação de Deus para redimir o homem e destruir a serpente. Gênesis 3.16—Apocalipse 22.21 devem ser lidos sob este pano de fundo.
O apóstolo Paulo discorre sobre a consumação da obra de Cristo nos seguintes termos:
[24] E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destru- ído todo principado, bem como toda potestade e poder. [25] Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés (1Co 15.24–25).
Vejamos que a entrega do reino a Deus Pai exige a destruição de “todo principado, bem como toda potestade e poder” (v. 24) e que cabe a Cristo colocar “todos os inimigos debaixo dos pés” (v. 25). O que significa isso? O apóstolo se refere à realização final da promessa de Gênesis 3.14-15.
O autor da epístola aos Hebreus procede de modo semelhante. Em He- breus 2, primeiro (v. 5-7) ele diz que Jesus cumpre a profecia de Salmos 8.4-6 (ele é o “filho do homem” coroado de “glória” e “honra”). Depois ele reconhece que as coisas à nossa volta ainda não estão visivelmente subordi- nadas a Cristo (Hb 2.8). Isso, porém, não deve nos desanimar porque nosso Redentor veio ao mundo para destruir “aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo” (Hb 2.14; cf. 1Jo 3.8). De novo Gênesis 3.14-15.
Satanás e tudo o que lhe concerne são inimigos de Deus. Nossas in- clinações pecaminosas refletem a desobediência de Satanás e, portanto, são “inimizade contra Deus” (Rm 8.7). Tudo isso tem de ser esmagado pelo Re- dentor. A santificação, que nada mais é do que um resultado da salvação, tem por objetivo não apenas controlar, mas destruir os resquícios da obra da serpente em nós. A vitória definitiva se dará apenas na glória, mas, pela graça de Deus, já podemos sentir o seu gostinho hoje.
Rev. Misael. Publicado no Boletim 167, de 10/03/2013.