Outro dia, enquanto segurava minha neta de cinco meses, comecei a pensar a respeito da admiração e da vida dela que estava no início. Eu estava segurando uma pequena pessoa projetada para admiração e inspirada pela admiração. Não vai demorar muito antes que vejamos sua capacidade de maravilhar-se começar a moldar seus pensamentos, desejos, escolhas, decisões, palavras e ações. Ela irá desenvolver um vocabulário de admiração: “Isso me deixa pasmada”; “não posso acreditar que ele fez isso”. “Sonho com isso!”
Todas as pessoas compartilham esse vocabulário porque nós somos projetados para admiração. Esse vocabulário também revela um princípio espiritual frequentemente imperceptível: o princípio da substituição. Cada pecador rapidamente troca a admiração pelo Criador pela admiração de alguma coisa na criação (cf. Romanos 1.25).
Essa dinâmica da substituição exige que se aceite uma mentira devastadora. É a mentira das mentiras, a mentira que foi contada pela primeira vez no jardim do Éden. É a mentira que destrói incontáveis vidas, esmagando-as com expectativas irreais, desapontamento, ira e desesperança. É a crença de que se pode encontrar vida em algum lugar fora do Criador. É a esperança de que a paz, o descanso, o contentamento, a satisfação e a alegria espirituais verdadeiros podem ser encontrados em algum lugar na criação.
Os seres humanos foram criados para viver com o coração cativado e a vida modelada pela admiração por Deus. Ao trocar a admiração por Deus por outras, inclusive a admiração de si próprios, eles nunca alcançarão nada de bom. Paulo fala sobre isso em 2 Coríntios 5.15: “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”.
Adaptado pelo Rev. Misael de Admiração, de Paul Tripp, p. 45-48.