Todo pensamento cristão parte dos ensinos da Bíblia sobre Deus e o universo: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1.1). Deus é Criador Todo-Poderoso. Ele reina livre e absolutamente (Isaías 46.9-13). Tudo encontra seu sentido nele, como afirma o apóstolo: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração” (Atos 17.28).
Até as criaturas mais rebeldes, subsistem segundo os decretos do Altíssimo (Êxodo 9.12; Esdras 1). Cada esfera do cosmos — aritmética, espacial, física, vegetal, sensitiva, lógica, política e histórica, linguística, social, econômica, estética, jurídica, ética e da fé — é estruturada a partir dos princípios (nomos) divinos. Esta é a ideia bíblica da realidade. Nós acertamos quando a compreendemos nos termos de Deus, e erramos quando propomos uma ideia contrária ao Criador. Mesmo o ateu lê e interpreta o que existe condicionado pela esfera da fé — nesse caso, uma “fé” antideus, pois o ateu não consegue provar que Deus não existe.
O cristão entende que a moralidade, liberdade e dever depreendem-se do ser de Deus revelado em sua Palavra encarnada (Jesus Cristo) e em sua Palavra escrita (a Bíblia). Jesus é a referência ética absoluta, e a Bíblia é o livro-texto por excelência, a principal fonte de leis e princípios gerais para a formulação de normas específicas.
Consideramos a dignidade humana. Mesmo decaídos, fomos criados “à imagem” e “semelhança” de Deus (Gênesis 1.26). Atentamos também para a santidade divina: “Porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pedro 1.16). Existimos para dar glória ao nosso Criador; por isso, nos empenhamos para “experimentar qual seja a sua boa, agradável e perfeita vontade” (Romanos 12.2-1).
E como isso se aplica à questão levantada na pastoral anterior? Se Deus quiser, chegaremos a esse ponto no próximo Boletim.
Pr. Misael. Pastoral do Boletim 351 | 18 de setembro de 2016.