Hoje acordamos animados; amanhã não queremos sequer levantar da cama. Por que as coisas são assim? Não seria desejável funcionar sempre com alto nível de excelência e produtividade? Eis a resposta simples: Somos vivos e tudo o que é vivo sofre alternâncias de vigor e estados de espírito.
Árvores se enchem de folhas e flores e produzem frutos; a relva se mostra como um tapete grosso, macio e convidativo; os animais se alegram com comida abundante. Com a mudança das estações a vegetação muda de cor e seca, os frutos se extinguem e é necessário esperar pelo novo ciclo de vida.
Conosco não é diferente. Hoje estamos saudáveis; amanhã surgem sintomas de uma gripe e dias depois eis-nos febris e debilitados. Esta é a vida, marcada por fraquezas e fundamentada na necessidade da graça divina. Por mais que queiramos ser dínamos incansáveis, sucumbimos depois de trabalho intenso. Não há nada no universo afetado pela queda que seja constantemente ativo, sem queda de produtividade e cem por cento perfeito.
Se isso é assim, os sobressaltos da existência são um bom sinal; evidenciam que não somos máquinas e sim seres vivos, agraciados e finitos. Veja que interessante! Quando alguém nos pergunta: “Por que você está desanimado?” Podemos responder: “Porque estou vivo e experimento tudo o que diz respeito à vida”. E enquanto prosseguimos, conscientes disso, buscamos a Deus com fé humilde (Salmos 104.27-31).
Uma última observação: Deus nunca deixa o ânimo apagar-se totalmente. Sua misericórdia nos renova (Lamentações 3.22-33). Na comunhão da igreja, ele levanta pessoas para orar por nós e nos ajudar nas horas mais difíceis. Os momentos de desânimo são uma oportunidade de demonstração prática do amor, um ótimo momento para crescermos como “família de discípulos de Jesus”.
Pastoral publicada no Boletim 96, de 30/10/2011. Rev. Misael.