Sempre que negamos o perdão a um irmão, estamos desconsiderando a grandeza do perdão que Deus nos deu em Cristo pelos nossos pecados. Jesus ilustra essa realidade na parábola do credor incompassivo (Mt 18.23-35). Nela, vemos um servo com uma dívida impagável diante de um rei que poderia exercer a justiça e prender toda a sua família para a quitação do débito, mas que resolveu derramar misericórdia e perdão. Em contrapartida, esse mesmo servo, agora perdoado pelo seu rei, ao encontrar seu devedor com uma dívida diminuta e que implorara o perdão, prefere exercer a justiça, lançando-o na prisão ao invés de perdoá-lo.
Se você prefere exercer a justiça diante de seus ofensores ao invés de perdoá-los, você se comporta como esse devedor ingrato que fora perdoado pelo seu rei por uma dívida impagável. Seus pecados poderiam ser pagos por você diante de Deus? Então, se você foi agraciado com a misericórdia divina, por que você não perdoa os seus devedores? Se eles pecaram contra você de alguma forma, no momento em que você não oferece o perdão, você não está pecando contra eles também? Dois pecadores exigindo um do outro o que não possuem: melhor direito. Isso me lembra da ilustração de um cego guiando o outro para o abismo.
Perdoar não é fácil, mas é possível se você é nova criatura em Cristo (Fp 4.13). Do contrário, você terminará recebendo de Deus não a misericórdia, mas a justiça pelos seus pecados, como o devedor ingrato da parábola acima que terminou os seus dias na prisão da qual nunca mais sairia.
Rogério Cruz.