Há um sentido muito cristão em que temos de ter nossa cabeça não nas nuvens (plural), e sim na nuvem (singular).
O Senhor ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite (Êx 13.21-22).
Os israelitas podiam viajar orientados por seus próprios cérebros — seus discernimentos e deliberações. Como eles, nós somos capazes de pensar, planejar e fazer. Concebemos uma ideia ou racionalizamos um sentimento. Tomamos decisão e em seguida, quando muito, oramos para que Deus aprove o roteiro que elaboramos — nosso plano particular de viagem para Canaã. Deus tem de nos ajudar com isso. Este é o procedimento-padrão de quem é guiado unicamente por seu cérebro.
Dizem que hoje em dia tudo está na “nuvem”. Falam de uma tecnologia que permite guardar e acessar informações em qualquer hora, lugar e dispositivo eletrônico. Me perguntam qual é o melhor serviço de “nuvem”: iCloud? OneDrive? Google Drive? Eu sempre recomendo o GodCloud,[1] a “nuvem de Deus” que nos mostra quando parar, quando marchar e para onde ir (Nm 9.17-19). Esta nuvem é uma teofania — uma manifestação visível de Deus mesmo, no AT.
Sob influência de pessoas ou da cultura, nem sempre pensamos bem. O raciocínio turva com as inseguranças e inclinações do coração. Até a solução mais legítima pode não corresponder à vontade de Deus. Nestes casos o melhor é parar, meditar e orar. Não dar um passo sequer, até nosso cérebro receber o comando da nuvem.
Pr. Misael. Pastoral do Boletim 348 | 28 de agosto de 2016.
Notas
[1] A expressão “GodCloud” é usada apenas como trocadilho. Não tem nada a ver com o site de mesmo nome, que encontrei depois de escrever esta pastoral. 😀