O choro, assim como a dor e o sofrimento são inerentes à natureza humana. Como poderia então um Deus de natureza transcendente chorar? A resposta está na humanidade de Cristo, declarada nas Escrituras. Ele assumiu a natureza humana e experimentou as nossas fraquezas, sem contudo pecar: “[…] antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana […]” (Fp 2.7).
E é exatamente quando Jesus fica sabendo da morte de Lázaro, seu amigo, que ele chora; “Jesus chorou”(Jo 11.35), expressando a sua humanidade. Não obstante sua transcendência, ele também é Deus imanente, ou seja, está envolvido e se relaciona com a sua criação.
O Deus Emanuel (Deus conosco) é o Deus que nos conhece como ninguém, pois assumiu a natureza humana e está envolvido com a sua criação. Sendo assim, ele está conosco nos momentos de dor, sofrimento e choro. Nestes últimos anos, de pandemia, todos choraram de alguma forma, inclusive nós, que declaramos a fé cristã. Choramos com o desemprego inesperado, choramos com a doença e a dor, choramos com o luto e a partida repentina de um ente querido ou um amigo.
No entanto, Jesus agora não apenas chora, da perspectiva humana; Ele também nos dá o Consolador: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco […]” (João 14.16). E o Consolador intercede pelos eleitos para que possam superar toda dor e todo sofrimento, até que ele venha: “[…] mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).
E a promessa aos eleitos que choram é “lhes enxugará dos olhos toda lágrima” e tem reservado para nós um lugar onde não haverá mais lágrima; “a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21.4).
Portanto, não hesite em chorar!
Welington B. Neves.