A cultura contemporânea pressiona para apagar o Calendário Cristão, impondo cada vez mais a agenda do secularismo e materialismo, como se Deus não existisse. O Senhor, porém, deseja que celebremos a Páscoa.
A instrução divina sobre a Páscoa inicia com um verbo: “Guardai” (Êx 12.24). Temos aqui uma palavra importante do Antigo Testamento (šmr), que aparece também em Gênesis 2.15 e comunica a ideia de “observar”; “cuidar de algo de modo consistente com o propósito original de Deus”. Isso é reforçado pelo que segue: “Guardai, pois, isto por estatuto” (ḥōq) ou seja, como prescrição, portaria ou decreto. Para completar, em Êxodo 12.25 nós lemos: “E, uma vez dentro na terra que o Senhor vos dará, como tem dito, observai este rito” (ʿǎḇō·ḏā(h); “ritual” ou “serviço”). Esse vocabulário evoca a noção de obrigatoriedade (cf. Dt 16.1-8).
A Páscoa é importante ainda para compartilhar a doutrina da redenção com as novas gerações. A história da salvação precisa ser lembrada anualmente.
Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas (Êx 12.26-27).
Os judeus celebravam a libertação do Egito, os cristãos agradecem a Deus pela libertação da escravidão do pecado. Há riqueza no evangelho de Jesus Cristo, muitos detalhes bíblicos sobre os quais podemos ler, conversar, cantar e orar.
Depois de receber a Palavra de Deus sobre a Páscoa, “o povo se inclinou e adorou” (Êx 12.27). A Páscoa é um chamado ao culto. Daí o tempo litúrgico, a preparação desde o Domingo de Ramos, a semana organizada em torno das “palavras da cruz”. O Senhor consumou a redenção. Vamos louvá-lo!
Pr. Misael.