No Novo Testamento, “santos” traduz o termo grego hagios, que significa “sagrado” ou “que pertence a Deus”. Biblicamente, pela ótica da conversão, todos os cristãos são santos. Sendo assim, a comunhão dos santos é o vínculo espiritual daqueles que creem em Cristo.
Esta comunhão se dá quando estamos juntos no culto e na vida. Esse é, a meu ver, o grande desafio: Interagir não apenas liturgicamente, ou pedagogicamente (conversando sobre Bíblia e doutrina isoladas de coisas concretas), ou administrativamente (fazendo coisas e lidando com a gestão da igreja). E aqui nós temos algo a aprender com nossos pais reformadores do século 16.
As igrejas reformadas não eram abarrotadas de atividades ou eventos de sociabilidade (a maioria delas só reunia os crentes no domingo de manhã). Durante a semana, os crentes se encontravam na adoração e na vida comum. Isso abria espaço para compartilhar experiências e falar sobre problemas da vida real. Eles eram doutrinados a aconselhar-se mutuamente (o que implica em ouvir, falar e orar) e a ajudar um ao outro.
Dito de outro modo, a proposta reformada de comunhão era simples. Podia ser praticada sem treinamentos complicados, sem espaços para eventos e sem celebridades grandiloquentes. E a igreja caminhava fazendo discípulos, ainda que não utilizasse as palavras “missão” ou “discipulado”.
As páginas de 2017 estão em branco diante de nós, esperando o registro de nossos planejamentos. O que definiremos como prioritário? O que estabeleceremos como necessário para fortalecer a comunhão dos santos?
Talvez esteja na hora de seguirmos o bom exemplo dos reformadores, também na comunhão. Isso produz frutos.
Pr. Misael. Publicado no Boletim 361 | 27 de novembro de 2016.