Uma família de discípulos de Jesus

Sobre o “amor” de Deus

O Amor, por sua natureza, exige o aperfeiçoamento do ser amado e […] a mera “bondade”, que a tudo tolera, exceto o sofrimento no objeto de sua bondade, é nesse aspecto contrária ao Amor. […] O Amor pode perdoar todas as fraquezas e assim mesmo amar, a despeito delas, mas não pode deixar de querer que elas sejam eliminadas. O Amor é mais sensível que o próprio ódio a cada imperfeição no ser amado. […] De todos os poderes, ele é o que perdoa mais, porém o que menos fecha os olhos: ele se satisfaz com pouco mas exige tudo.

Quando o Cristianismo afirma que Deus ama o ser humano, está querendo dizer que Deus ama o homem: não que ele tenha alguma preocupação “desinteressada”– por ser indiferente – com respeito ao nosso bem-estar; mas que, de maneira assustadora e surpreendente, somos os objetos de seu amor. Você pediu um Deus amoroso: agora tem um. O grande ser que você invocou com alegria, o “Senhor de temível aspecto”, está presente: não uma benevolência senil que preguiçosamente deseja que você seja feliz à sua maneira; não a fria filantropia de um juiz escrupuloso; tampouco os cuidados de um anfitrião que se sente responsável pela comodidade de seus convidados, mas ele próprio o fogo a consumir-se, o Amor que criou os mundos; pertinaz como o amor do artista por sua obra e despótico como o amor de um homem por seu cão; providente e venerável como o amor de um pai por seu filho; ciumento e exigente como o amor entre os amantes.

Como isso realmente se passa, ignoro. Está além da razão explicar isso por que alguma criatura, para não dizer criaturas como nós, deveria ter um valor tão prodigioso aos olhos de seu Criador. É decerto um fardo de glória não só além de nossos méritos mas também, exceto raros momentos de graça, além de nossos desejos.

O problema de reconciliar o sofrimento humano com a existência de um Deus que ama só permanecerá insolúvel se atribuirmos um sentido corriqueiro à palavra “amor” e encararmos as coisas como se o homem fosse o centro delas. O homem não é o centro. Deus não existe para o bem do homem. O homem não existe para o próprio bem. “Criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas” [Ap 4.11]. Não fomos feitos em primeiro lugar para que possamos amar a Deus (embora tenhamos sido criados para isso também), mas para que Deus nos possa amar, para que possamos nos tornar algo em que o amor Divino possa repousar “plenamente satisfeito”. Pedir que o amor de Deus fique satisfeito conosco como somos é pedir que Deus deixe de ser Deus. Pelo fato de ele ser o que é, seu amor deverá, na natureza das coisas, ser impedido e repelido por certas nódoas em nosso caráter atual. E, pelo fato de já nos amar, ele deverá trabalhar para nos tornar amáveis.

Pastoral publicada no Boletim 102, de 11/12/2011. C. S. Lewis. O problema do sofrimento. São Paulo: Vida, 2006, p. 55,56,57,58. Adaptação e grifos nossos (Rev. Misael).

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