Quem me conhece bem, sabe que uma das coisas que eu mais falava na minha adolescência era: “Não, vocês não conhecem meu pai”. Sempre que alguém me chamava pra fazer algo que eu sabia que meu pai certamente reprovaria, eu proferia essa sentença. Ainda assim, quem me conhece bem sabe disso, eu acabava por fazer o que não devia. Minha irmã sempre dizia: “ou você é louco ou muito corajoso!” Já meu pai dizia: “tem medo, mas não tem respeito”. Coisas de um jovem que tinha muito a aprender. Na verdade, o que me faltava era o verdadeiro temor.
Em todas as situações da vida, principalmente naquelas em que estamos em sérias dificuldades, há duas reações que, juntas, compõem o equilíbrio necessário para se viver de forma cristã nesse mundo mal, que sempre nos oferece aquilo que certamente desagrada o nosso Pai Celestial. Essas duas reações são fé e temor. Digo juntas, pois são complementares.
Essa combinação nós podemos perceber na vida dos amigos de Daniel (Dn 3.15-18), que expressaram lealdade independentemente de Deus livrá-los ou não. Não se curvaram a outros deuses (temor) e esperaram no Senhor (fé).
Também notamos isso em Abraão que, ao levar seu filho Isaque ao monte Moriá (Gn 22.1-14), o fez em obediência ao Deus da aliança (temor), mas confiante de que ele proveria o cordeiro (fé).
Pois bem, Deus foi gracioso para comigo. Hoje a minha oração é que sempre possamos responder a ele com temor e fé. Em toda e qualquer situação.
Presb. Marcus Prisco.