A partir da penúltima década do século passado, surgiu a doutrina do “dom de evangelista”. De modo geral, assumiu-se que Deus concede um dom especificamente para que alguns crentes o sirvam na obra de evangelização, o dom de evangelista ou de evangelismo. Os proponentes desta doutrina se baseiam em Efésios 4.11, onde consta que Cristo concedeu à igreja “uns para apóstolos, […] outros para evangelistas […]”. A partir disso, começaram a formular teorias bem-intencionadas, mas nem sempre bíblicas. Pior, alguns crentes começaram a assumir que não evangelizam porque não têm o referido dom.
Eu discordo respeitosamente dos que acreditam nesta doutrina do dom de evangelismo, ao mesmo tempo em que afirmo que a igreja inteira pode e deve evangelizar, porque recebeu de Deus o “dom do Espírito Santo” — a terceira pessoa da Trindade Bendita habitando nela. Após a ressurreição, Jesus ordenou aos discípulos que aguardassem em Jerusalém, até serem revestidos de poder (Lc 24.49). O Espírito foi dado no Dia de Pentecostes (At 1.8; 2.38). Agora a igreja tem como obedecer ao mandato de Jesus (Mt 28.18-20).
Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os
a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
O reino de Jesus será expandido por meio da implementação de uma estratégia simples, garantida pela autoridade e poder do Rei. Os cristãos cumprirão a ordem da evangelização e do discipulado sob a égide do Cristo plenipotente.
Pr. Misael.