Em Gálatas 1.15-18, Paulo resume suas atividades durante as primeiras quase duas décadas após sua conversão. Chama atenção sua viagem à Arábia e os tempos de Gálatas 1.18 e 2.1: “três anos”, “quinze dias”, “catorze anos”. Notemos a ordem das coisas, primeiro, a preparação, depois o serviço. O ministério demanda uma obra paciente da providência de Deus. Ordinariamente, Deus faz as coisas devagar.
Ademais, Paulo se dedicou a cumprir o chamado de Deus para sua vida. Com todo o seu conhecimento e excelentes relações dentro do judaísmo, ele podia mergulhar em política eclesiástica, em Jerusalém (cf. Gl 1.13-14; At 9.1-2; 22.3). Ao invés disso, depois de um rápido contato com os irmãos daquela cidade, por catorze anos ele serviu a Deus pregando aos gentios na Síria e Cilícia (Gl 2.2). Paulo se afastou do eixo de poder e influência em Jerusalém e visitou outras localidades, de acordo com a orientação divina. Enquanto o apóstolo trabalhava, Deus era glorificado (Gl 1.24).
A vida de Paulo pode ser resumida pela frase “apenas trabalhe”. Ele não buscou grandeza, apenas trabalhou.
Repensemos nosso conceito de “carreira”, até mesmo de serviço cristão. Somos tentados a fazer coisas para serem vistas pelos homens, quando a prioridade deve ser fazê-las para Deus. O centro do poder é o trono de Deus e o segredo para a bem-aventurança é a submissão à direção dele. O êxito do discípulo de Jesus Cristo está em abaixar a cabeça e servir; trabalhar sem ambição de engrandecimento próprio; focalizar exclusivamente no agrado divino. A maior bênção para o cristão é honrar e obedecer ao Altíssimo.
Quando trabalhamos focados exclusivamente em Deus, o nome dele é honrado e somos guiados para o cumprimento de sua vontade (cf. Mt 6.33).
Pr. Misael