Orar e viver a comunhão fazem diferença na vida cristã. É por isso que, no batismo, nós pedimos a Deus que o rito sinalize fé verdadeira e, antes da ceia, nós elevamos ao Senhor a nossa prece. A leitura da Bíblia se torna mecânica sem oração. Sendo assim, antes de lermos, estudarmos ou ouvirmos a Palavra, nós rogamos a Deus que nos ilumine e abençoe.
Stefano Piva menciona um chavão atual. Algumas pessoas não gostam da religião organizada. Elas sublinham a “fé” enquanto desprezam a igreja, esquecendo-se de que é pelo ministério da igreja que nós recebemos a Palavra e os sacramentos. A igreja é o “órgão designado para a distribuição das bênçãos da graça divina”.
Precisamos de libertação? Confessemos os nossos pecados uns aos outros e oremos uns pelos outros, para sermos “curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.16). Estas três coisas estão ligadas: Vitória cristã, oração e comunhão. Depois de estudar a dinâmica de funcionamento dos Alcoólicos Anônimos, a pesquisadora Lee Ann Kaskutas concluiu o seguinte:
Há algo de poderoso em grupos e experiências compartilhadas. As pessoas talvez sejam céticas sobre sua capacidade de mudar se estiverem por conta própria, porém um grupo pode convencê-las a suspender a descrença. Uma comunidade cria fé.
Em outro lugar Duhigg admite que “a fé é mais fácil quando acontece dentro de uma comunidade”. Nós cristãos bíblicos não acreditamos que seja a comunidade que crie fé. Pelo contrário, Deus é quem concede fé e cria a comunidade (Ef 2.8; Hb 12.2). Entendemos, porém, que na igreja a Palavra é pregada e que “a fé vem pela pregação” (Rm 10.17). Os cristãos edificam-se mutuamente na fé, oram, guardam-se no amor de Deus, esperam a misericórdia de Cristo e ajudam compassivamente aqueles que “estão na dúvida” (Jd 20-23). Nossa fé é alimentada pela graça no contexto da oração e da comunhão da igreja.
Rev. Misael. Publicado no Boletim 165, de 24/02/2013.