Dentre as cartas ditadas por Cristo às igrejas da Ásia, a carta à Igreja em Laodiceia foi a mais dura (Ap 2.1—3.22). Como vimos nos boletins 629 e 630, por causa de sua inoperância e orgulho, aquela igreja causava náuseas em Deus.
Não obstante todo tropeço dos crentes de Laodiceia, eles eram queridos por Deus. Kistemaker explica que “Jesus não diz — ‘Vou cuspi-lo da minha boca’, mas ‘estou a ponto de cuspi-lo da minha boca’ [Ap 3.16]. Aqui está a graça do Senhor Jesus que concede tempo aos laodicenses”. Beale conclui, sobre o chamado de Jesus (em Ap 3.18), que:
A doença deles só pode ser curada por meio de um relacionamento renovado com Cristo, ao se comprar dele verdadeiros recursos espirituais (cf. Is 55.1-3). Só em Cristo encontram-se as verdadeiras riquezas, vestes e discernimento. Jesus diz ainda que ama aos crentes de Laodiceia, por isso os disciplina (Ap 3.19). Daí, os convida para uma refeição comum, como o Bom Pastor de Salmos 23 (Ap 3.20; cf. Sl 23.5). Por fim, informa que há “vencedores”, bem como crentes que ouvem “o que o Espírito diz”, naquela igreja. Qual é a esperança para a igreja que se tornou orgulhosa e inoperante? Reconhecimento de sua pobreza sem Cristo, seguido de arrependimento (Ap 3.17,19). Desfrute de Cristo e seus benefícios (Ap 3.18).
Observe como, na visão inicial, Cristo estava cingido com uma cinta de ouro, seus cabelos eram brancos como a lã e seus olhos eram como chamas de fogo [Ap 1.10-16], o que corresponde de modo notável aos três produtos mencionados nesse versículo. O ouro, as vestiduras brancas e o colírio apontam para uma única realidade — Cristo (Beale).
A igreja deve tornar-se “zelosa”, quer dizer, “ativa” (Ap 3.19). No caso de Laodiceia, prover refrigério e cura (“quem deras fosses frio ou quente!”; Ap 3.15). Isso se faz com prática da evangelização e do discipulado.
Pr. Misael.