Individualidade é “o que constitui o indivíduo; caráter especial, particularidade ou originalidade que distingue uma pessoa”. Nesses termos, verificamos que o Senhor Jesus valoriza a individualidade. Ele pediu a um homem atrofiado para estender sua mão, curando-o (Marcos 3.1-3). Expulsou os demônios do cidadão de Gadara e devolveu-o ao convívio dos seus familiares (Marcos 5.6-20). Tocou os ouvidos e aplicou saliva sobre a língua de um surdo e gago, liberando-o para ouvir e falar (Marcos 7.31-36). Convidou-se para uma festa na casa do publicano Zaqueu (Lucas 19.1-5) e investiu precioso tempo conversando com uma mulher de má fama (João 4.10-30). Ele nunca repetiu um “método”, nunca ministrou como se os ouvintes fossem meros números, mas sempre considerou cada ser humano como um universo a ser compreendido, respeitado e tocado pelo poder de Deus.
Isso nos inspira a reconhecer que a igreja é o ajuntamento de indivíduos singulares, cada um com sua história, herança cultural, perplexidades, modo de administração de problemas e idiossincrasias. Não há dois seres humanos que possuam experiências absolutamente iguais com o Senhor; as delicadas nuances da vida de cada discípulo com Deus precisam ser consideradas. É preciso valorizar a cada um individualmente, ninguém no corpo de Cristo é insignificante (1Coríntios 12.12-27).
Individualidade é diferente de individualismo. Individualismo é conduta egocêntrica e narcisista e sabemos que Cristo nos move para um novo centro: Não vivemos mais para nós mesmos; somos orientados para Deus e para o próximo (Gálatas 2.20; Romanos 12.9-20).
Caminhar destacando a preciosidade de cada vida e, ao mesmo tempo, contribuir para a comunhão do corpo. Individualidade sem individualismo. Isso define uma igreja saudável.
Publicado no Boletim 012.