Comumente o Natal é atrativo pelas decorações, pelas ofertas do mercado, pelas emoções mais afloradas. Contudo, sabemos que é apenas Cristo, o verdadeiro sentido do Natal, que deve tornar o Natal atrativo para nós.
Assim, devemos nos perguntar: o que nos atrai em Jesus? Em Marcos 5.25-34, vemos que uma mulher, condicionada por um costume cultural do seu contexto de vida, havia sido deixada pessoal, social e espiritualmente à margem de qualquer vínculo com alguma pessoa. Para o bem do povo, Deus havia estabelecido ainda no Antigo Testamento a lei que proibia a mulher em estado de menstruação desenfreada manter contato com outras pessoas.
Podemos até tentar imaginar o sofrimento daquela mulher, mas não conseguiremos, pois Deus tem nos livrado não apenas de um mal deste tipo, mas de muitas coisas ruins que acontecem por aí.
Dificilmente, ao irmos ao médico, voltamos para casa sem ao menos uma receita para comprar um remédio. Às vezes, murmuramos por coisas tão fúteis e insignificantes. E, muitas vezes, esqueçemos de agradecer por tanto que Deus já nos tem dado, não apenas no sentido material, mas nos amando ao ponto de se tornar carne, humilhar-se como um homem, e entregar-se por nós. O que deve nos atrair em Jesus? Sua maravilhosa graça. Isto deve fazer deste um Natal atrativo.
Mas o que chama a atenção nesta mulher é o que a atraiu até Jesus. Ela tinha ouvido sobre o poder de Jesus para curar. O que a atraiu a Jesus foi a fé genuína no poder de Jesus. A fé daquela mulher fez com que ela cometesse uma ação irresponsável e inadmissível aos olhos da maioria que estava ali. Ao correr no meio da multidão, aquela mulher deixou todas as pessoas nas quais ela tocou impuras até o fim do dia.
O escândalo e o risco público foram ainda maiores quando ela tocou em Jesus, demonstrando assim, consciente ou não, que aquele não era apenas um homem, um milagreiro piedoso, mas o próprio Deus encarnado, que não se contaminaria nem mesmo com algo considerado tão repulsivo. Aquela mulher foi atraída a Jesus pela fé inquestionável no poder de Deus. É incrível como o poder de Jesus para curar é capaz de atrair não apenas Jairo, o “presidente do Senado” da época (chefe da sinagoga), mas também uma mulher social e tradicionalmente insignificante!
O que deve nos atrair em Jesus? O seu poder de, milagrosamente, nos dotar de fé salvadora e santificadora. Não tratemos Jesus com utilitarismo, buscando apenas suas bênçãos, invocando-lhe apenas quando a situação aperta ou simplesmente quando estamos tristes e desesperados! Vivamos pela fé, e uma vida em obediência às instruções de Cristo como uma resposta de amor por tal grande salvação. Que isto dê um verdadeiro sentido às atrações do Natal.
Pastoral publicada no Boletim 103, de 18/12/2011. Rev. Renato.