Certa vez, em um restaurante de comidas típicas, encontrei um senhor que olhava atentamente para decoração e iguarias que ali eram vendidas. Ao iniciarmos uma conversa, ele me questionou a respeito da cidade nordestina a que eu supostamente pertencia. Respondi que era natural do estado de São Paulo, mas que vinha de ascendência baiana. Não satisfeito com a resposta, continuou a elogiar e proclamar sua admiração pelas belezas de sua terra com grande entusiasmo, o que me levou a reformular a resposta para demonstrar um pouco mais de proximidade geográfica.
Em 1Pedro 2.11, encontramos a orientação para que atentemos de maneira prática para a pátria celestial, ainda que sujeitos às condições terrenas, considerando-as, no entanto, como provisórias, tidos por forasteiros e peregrinos. Um trecho da carta sintetiza bem esse conceito:
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9).
O homem mencionado acima, naquele ambiente, revivendo lembranças, proclamava suas afeições de forma empolgante. Longe de comparar as belezas da região Nordeste com a retidão das Escrituras e a perfeição da pátria celestial, podemos considerar sua disposição em “proclamar”. Assim, o texto bíblico nos mostra que o desdobramento de se pertencer à pátria celestial é “proclamar virtudes”. A palavra traduzida por “virtude” (aretē) carrega o sentido de verdade, excelência grandiosa (Dicionário STRONG).
Ainda que tenhamos nossas predileções regionais e culturais, a proclamação das “virtudes daquele que [nos] chamou das trevas” é característica do povo eleito e nação santa, pertencente ao Senhor e à pátria celestial. Que nosso Deus nos ajude!
Licenciado Robson.