O Salmo 131 inicia com as seguintes palavras: “Senhor, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim”. O apóstolo Paulo assumiu este Salmo plenamente.
Em Gálatas 1.18—2.2, descobrimos uma característica de Paulo que também deve existir em nós: ele dependeu de Deus antes e acima de tudo.
Após sua conversão e chamado, Paulo não procurou imediatamente a igreja em Jerusalém. Ele recebeu a “revelação” de Cristo e se dirigiu à Arábia e, em seguida, retornou a Damasco, dedicando-se à pregação naquela região durante três anos (Gl 1.12, 15-18). Depois, foi a Jerusalém onde permaneceu por somente duas semanas; dali foi para a Síria e Cilícia e só retornou a Jerusalém “catorze anos depois”, juntamente com “Barnabé” e “Tito” (Gl 2.1-2). Ora, Jerusalém era a igreja-mãe, o lugar de resolução das grandes questões e a base dos líderes Tiago, Cefas e João (At 1.4; 2.1-47; 15.1-2; cf. Gl 2.9). Obter a simpatia dos de Jerusalém era importante para qualquer “carreira ministerial” no século 1.
Paulo não era orgulhoso ou independente. Ele mantinha relações fraternas com os apóstolos de Jerusalém (Gl 1.2, 18 – “permaneci com ele”; talvez hospedado na casa de Pedro). Ao mesmo tempo, Paulo não estava preocupado em obter proeminência diante dos homens (Gl 1.10-17).
Nosso senso de chamado para o serviço de Deus é reconhecido e autenticado pela igreja, mas antes e acima disso, deflui de nossa relação com o Senhor. É Deus quem nos escolhe, chama e capacita (Jr 1.5). E é ele quem confirma isso em nosso coração, dando coragem para prosseguirmos no dia a dia (At 18.9-10; 27.24). É no Senhor que encontramos direção, força e socorro.
Pr. Misael.