As doutrinas bíblicas da criação e redenção são muito importantes para o desenvolvimento saudável de nossa autoimagem. A Bíblia afirma que fomos feitos “à imagem” e “conforme a semelhança” de Deus (Gn 1.26-27). Isso significa que nós refletimos muito de nosso Criador. Nós somos “imagem de Deus” nas peculiaridades que possuímos.
Nós fomos moldados artesanalmente. Cada nuance foi formatada pela mão do Artista Eterno:
[13] Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. [14] Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; [15] os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra (Sl 139.13-15).
Há alguém insatisfeito com suas distinções? Às vezes fantasiamos, achando que se fôssemos iguais a outras pessoas seríamos melhores, mais queridos ou mais “felizes”. É possível até que não gostemos de nós mesmos. A cultura vigente produz ícones de beleza e desempenho que, uma vez acolhidos, podem nos conduzir à autodepreciação.
Deus, por sua vez, nos valoriza como somos porque, eliminando-se as deformações decorrentes do pecado, ele nos criou assim. E os defeitos pecaminosos são todos tratados a partir do momento em que ele nos aproxima dele pelo evangelho. Daí refletimos, além da imagem de Deus na criação, a imagem de Cristo na redenção (Rm 8.29-30).
Deus nos amou e adotou, ou seja, nos fez filhos queridos dele (Rm 8.15-17). Ele não apenas nos criou (passado), mas continua dando nova forma no presente (Gl 5.22-25).
Respondamos a ele com amor, louvando-o por decidir nos chamar duplamente à existência. Dediquemos a ele tudo o que somos, nossa vida e habilidades, a fim de servimos em seu reino. Depositemos aos seus pés nossas fragilidades e pecados. Sua graça nos purifica e santifica, produzindo uma autoimagem saudável, firmada em seu perfeito amor.
Rev. Misael. Publicado no Boletim 171, de 07/04/2013.