Deus é o criador de um povo. Em Isaías 43.15 encontramos a solene asserção: “Eu sou o Senhor, o vosso Santo, o Criador de Israel, o vosso Rei”. Deus cria um povo, Israel, e se revela a ele como o Santo e seu Rei. Isso é aprofundado em Isaías 54.5. Além de Santo e Rei, Deus é o esposo de seu povo: “Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus de toda a terra”. Em suma, Deus criou a igreja e nesse processo ele usou sua “multiforme sabedoria”.
Como criaturas dele, os eleitos refletem seus traços, ainda que imperfeitamente, por causa da queda (cf. Gn 1.26-27). E não apenas isso. Os cristãos são “imagem de Deus” nas diferenças ou peculiaridades que possuem. Cada pessoa foi feita única; em cada uma há arranjos distintivos provindos do Artesão Eterno:
Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra (Sl 139.13-15).
Há alguém insatisfeito com suas peculiaridades e diferenças? Às vezes fantasiamos, achando que “se fôssemos como fulano seríamos melhores, mais queridos ou mais felizes”. Ou é possível que verdadeiramente detestemos a nós mesmos. Alguns pais fazem questão de “deixar claro” para seus filhos que eles são imprestáveis, feios e totalmente ineptos. Isso pode resultar em uma autoimagem intensamente prejudicada. Em um certo sentido, eliminando-se as deformações decorrentes do pecado, Deus nos criou como somos.
Rev. Misael