Nesse período de Copa do mundo, observamos o desempenho de Neymar — apelidado de “Menino Ney” — e da seleção brasileira. Especialmente sobre o craque do Paris Saint-Germain pesaram duras críticas, relacionadas à sua imaturidade emocional e as famosas quedas teatrais em campo. As críticas atingiram outro patamar com o #NeymarChallenge, uma brincadeira mundial em que as pessoas imitam as quedas do jogador, zombando de sua encenação.
Há muitos aspectos a serem considerados no fenômeno. Um deles é a honestidade brasileira. Tentando ganhar na “malandragem”, optamos por quedas rápidas para induzir a erro o juiz do jogo, e não passarmos pelo maior esforço de batalhar duramente contra os adversários. No país da lei de Gérson, vale a lei do menor esforço.
Mas deveríamos voltar os olhos para o aspecto da maturidade e masculinidade. Curiosamente, foi de um comentarista esportivo, o Mauro Cezar, na ESPN, que veio uma das análises mais interessantes sobre a postura de Neymar. Diz o comentarista que o garoto foi blindado de qualquer crítica e confrontação, o que prejudicou significativamente o seu amadurecimento. Para piorar, saiu de um ambiente em que seria cobrado, para jogar em um time no qual ele continuaria como a estrela solitária.
Sejamos justos: a postura de Neymar melhorou consideravelmente ao longo dos jogos do Brasil na Copa. Mas o problema do menino Ney não é isolado: é o problema dos meninos “nem” na geração atual, que desejam os privilégios da vida adulta, mas fogem das responsabilidades; que evitam ser cobrados e confrontados, enquanto desejam afetar independência.
O evangelho nos apresenta um homem — nosso Senhor — que não caiu para fingir ou obter benefício pessoal, mas para proteger e redimir outros. Um homem disposto a batalhar até o fim, a trabalhar duro, a suar a camisa, e, finalmente, a desfrutar o fruto do seu penoso trabalho. Nós, homens, estamos aprendendo dele?
Rev. Allen