A inércia evangelística e discipuladora de Laodiceia decorria de orgulho: “Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma” (Ap 3.17). A palavra “rico” pode conotar prosperidade obtida independentemente de Deus; “isto é, minha riqueza é devida a meu próprio esforço”.
A arqueologia confirma que Laodiceia era financeiramente próspera. Mesmo as dificuldades no abastecimento da água não a impediram de investir em aquedutos e se tornar famosa por suas fontes e pela produção de um colírio de boa qualidade. Em artigo publicado em 04 de maio de 2011 no The New York Times, Susanne Güsten reporta que, na “antiga metrópole de Laodiceia, […] arqueólogos turcos descobriram uma espetacular igreja que data do início do século quarto”.
Um perigo a que toda igreja bem-organizada e financeiramente consolidada está sujeito é o de assentar-se sobre a percepção das coisas acabadas, declarar completude operacional: “Tudo está feito, podemos parar de trabalhar”. Alguns já assistiram ao filme. Uma igreja se esforça para evangelizar e discipular até atingir certo tamanho e estrutura. Então considera que “não precisa de coisa alguma”. Há um bom número de membros, organização estabelecida, líderes capacitados e finanças em ordem. O que mais é preciso? Nada.
A estagnação é semelhante a uma doença degenerativa; no início se percebe a dificuldade em mexer um dedo; um ano depois não é mais possível mover o corpo inteiro. Uma igreja pode estar no estágio inicial desta enfermidade, quando comenta apenas os feitos passados em datas comemorativas, sem entusiasmo diante dos desafios e oportunidades atuais de missão e ministério.
Cristo conhece sua igreja, e sabe que está precisa de renovação espiritual; daí o conselho de Apocalipse 3.18-20. Que o Senhor nos mantenha humildes e dispostos a atender seu chamado para o serviço do reino.
Pr. Misael.