A palavra “evangelho” significa “mensagem” ou “anúncio”. Paulo nos apresenta as três funções do evangelho em Gálatas 1.3-5:
Graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai, a quem seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!
O evangelho anuncia o perdão dos pecados. A morte de Jesus foi um sacrifício pelo pecado. Cristo assumiu a nossa culpa, de modo que Deus Pai nos enxerga cobertos por perfeita justiça. Somos “justos” porque nossos pecados foram castigados em Jesus – fomos completamente perdoados. Essa é a razão pela qual podemos desfrutar de “graça” e “paz”.
O evangelho também anuncia a libertação do poder do pecado. Cristo “levou a efeito uma operação de salvamento bem-sucedida”.[1] O evangelho é, literalmente, “uma emancipação do estado de escravidão”.[2] Deus não apenas nos perdoa pelas coisas erradas que fizemos, mas toma providências para que não continuemos pecando. A morte de Cristo provê para nosso perdão e santificação.
Por fim, o evangelho anuncia a glória de Deus. O evangelho é teocêntrico, centrado em Deus, e cristocêntrico, centrado em Cristo. Tudo o que Cristo fez por nós foi “segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (v. 4). Salvação e santificação chegam a nós pela vontade divina. Sendo santo e onipotente, ele decidiu nos salvar, por isso, ele é digno de glória.
Lutero considerava essas palavras de Paulo como “verdadeiros trovões do céu contra todo tipo de justiça [própria] […] voltar as costas para
a cruz de Cristo […] é considerado o cúmulo da insensatez”.[3]
Pr. Misael.
[1] GUTHRIE, Donald. Gálatas: Introdução e Comentário. 1. ed. Reimp. 2008. São Paulo: Vida Nova, 1984, p. 70. (Série Cultura Bíblica).
[2] LIGHTFOOT, J. B. The Epistle of St. Paul to the Galatians. Grad Rapids: Zondervan Publishing House, n. d., p. 73, apud MACGORMAN, John William. Gálatas. ALLEN,
Clifton J. (Ed.). Comentário Bíblico Broadman: Novo Testamento. Rio de Janeiro: JUERP, 1985, p. 108, v. 11.
[3] LUTERO, Martinho. Comentário a Gálatas. In: Obras Selecionadas.